ESTUDA QUEM NÃO SABE, E ESTUDA TAMBÉM QUEM SABE?
A polêmica declaração de Renato Gaúcho despertou opiniões.
É um questionamento que aponta coisas bem interessantes. Georginho acaba admitindo que o simples fato de estar diretamente envolvido com o jogo não o torna um conhecedor de absolutamente tudo o que diz respeito o basquete. Mais do que isso: deixa claro que estuda o esporte e mostra-se aberto a críticas construtivas feitas por alguém que está do lado de fora. Um sujeito qualquer que pode ou não ter sido jogador em algum ponto da vida, mas que é fundamentalmente um estudioso. Sem questionamento algum sobre bolha nos pés.
Esse tipo de postura não é exclusividade de jovens promessas em início de carreira. Melhor jogador da atualidade, LeBron James poderia muito bem se fechar à ideia de estudar e apostar somente na sua combinação privilegiada de talento e capacidade física para continuar a se destacar em meio aos companheiros de profissão. Mas não é isso o que ocorre. Ao contrário. Nos momentos em que senta no banco durante as partidas do Cleveland Cavaliers, ele fica com um iPad nas mãos revendo jogadas anteriores para tentar entender melhor algumas situações que se apresentam no confronto.
“Eu fico vendo como as defesas estão me marcando e como estão marcando o nosso time”, disse LeBron ao Cleveland.com. “Presto atenção nos momentos em que estou em ação. Então, nos últimos três minutos do primeiro quarto, quando sou substituído, tenho a chance de ver o que estava acontecendo quando eu estava em quadra. Aí eu volto no segundo período e depois faço a mesma coisa mais ou menos quando bate a marca dos seis minutos. Eu simplesmente estou tentando me manter acima da curva e ver como eu posso ajudar”, completou.
Na NFL, Bill Belichick construiu uma trajetória profissional ao longo das últimas décadas extremamente respeitada. Técnico e gerente geral do New England Patriots, formou elencos bastante competitivos ao redor do talentosíssimo “quarterback” Tom Brady com frequência e levou a equipe a quatro conquistas de Super Bowl. Contando também a passagem que teve pelo Cleveland Browns nos anos 1990, aparece em quarto lugar na lista dos treinadores que mais vitórias tiveram em temporada regular na história da liga. Em playoffs, ninguém o supera neste ranking.
Mas Belichick não é conhecido apenas como um vitorioso. Outra característica marcante é a de ser um profundo estudioso. Não foram raras as visitas deles nos últimos anos, no período entre uma temporada e outra, a diferentes times universitários. A intenção era observar melhor alguns outros programas de futebol americano para depois, no Patriots, colocar em prática o que aprendeu — seja em termos táticos, com estratégias para a defesa e para o ataque, ou até mesmo com coisas que extrapolam as quatro linhas, como escolhas de Draft e negociações de contratos.
Também vale a pena ressaltar o que fez Tite, que já era o melhor treinador do futebol brasileiro antes mesmo de assumir a seleção. Os títulos que acumulou na passagem com o Corinthians nos últimos anos o transportaram para esse patamar elevado, bem diferente do que ele se encontrava dez, 15 anos atrás. São frutos que apareceram depois de muito tempo estudando, abrindo-se a novas ideias e conhecendo outras maneiras de se tratar o esporte.
Mas há quem prefira ridicularizar isso tudo. Como parece ser o caso de Renato Gaúcho, técnico campeão da Copa do Brasil com o Grêmio. Minutos depois da conquista, gigantesca por interromper um jejum do clube de 15 anos sem título nacional, ele resolveu disparar golpes. É até possível que a intenção foi a de soltar algo que estava preso havia um tempo na garganta e que o alvo tenha sido parte da imprensa que o criticou, mas o tiro acabou acertando bem mais gente, chegando a colegas de profissão.
“Quem precisa aprender estuda, vai para a Europa. Quem não precisa vai para a praia. Eu falo isso e muitos criticam. Disseram: estão trazendo um treinador que estava jogando futevôlei. Eu pergunto: e agora? E aí? Futebol é como andar de bicicleta. Quem sabe sabe. Quem não sabe vai estudar”, disse ele.
Renato é um ótimo personagem. Dá boas entrevistas. Não faz tipo. Fala o que pensa. Tudo isso é muito bom. Mas foi de uma infelicidade enorme ao menosprezar quem busca preparo, como se apenas a vivência dentro dos gramados e toda a competência apresentada enquanto jogador bastassem. Não é verdade. Ainda que fosse, não dá para dizer que estudar é um caminho a ser seguido só por “quem não sabe”, ou por quem se esqueceu “como andar de bicicleta”. Como seria possível afirmar que outros profissionais muitíssimo bem sucedidos e que desejam continuar aprendendo coisas novas estão errado.
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