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Marina Dias fica com o bronze na última etapa da Copa do Mundo de Paraescalada

A paratleta conquistou mais uma medalha na terceira etapa do circuito mundial da modalidade, disputada em Villars na Suíça

Mais uma medalha para Marina Dias na Copa do Mundo de Paraescalada. A paratleta de Taubaté, São Paulo, garantiu mais um pódio no circuito mundial da modalidade e firma-se com a como grande favorita para o Campeonato Mundial de Paraeascalada na sua categoria. A atleta, que sofre de Esclerose Múltipla, competiu mais uma vez na categoria RP3 Feminina, para pessoas com comprometimento leve da força muscular e/ou alcance, em pelo menos um dos membros, na etapa sediada em Villars, na Suíça. Durante as qualificatórias, disputadas na sexta (23/06), Marina terminou em primeiro lugar, confortavelmente à frente das adversárias. Ela foi a atleta a conseguir o maior “score” na primeira via e ficou em terceiro na classificação da segunda via. 

Nas finais deste sábado (24/06), Marina foi a última a escalar e não conseguiu superar as adversárias. A holandesa Cristhiane Luttihuizen chegou mais alto na via e ficou com o Ouro. A britânica Martha Evans conseguiu a prata. Marina fez o mesmo “score” da outra finalista, a alemã Rosalie Schaupert, mas garantiu o bronze devido ao resultado melhor na fase qualificatória. Com a posição, Marina conquista sua sexta medalha no circuito da Copa do Mundo, sendo 4 de ouro e 2 de bronze. O primeiro ouro veio na sua primeira competição internacional, na etapa de Salt Lake City (EUA) em 2022. No mesmo ano Marina ainda conquistou a medalha de Bronze na etapa disputada em Innsbruck (AUT). Este ano, a paratleta repetiu o primeiro lugar na etapa de Salt Lake City e melhorou seu resultado em Innsbruck, conquistando mais um Ouro.

Ajuda para participar do Campeonato Mundial de Paraescalada

O próximo compromisso de Marina Dias é o Campeonato Mundial de Paraescalada, que acontecerá em Berna, na Suíça, de 8 a 10 de agosto. Será a primeira participação da paraetleta no evento. Pelas suas conquistas na Copa do Mundo, Marina irá receber ajuda financeira da Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE) para custear parte das despesas da viagem. Contudo, os valores não serão suficientes para cobrir todos os gastos. Além de Marina, a ABEE irá apoiar outro paratleta, Luciano Frazão (DF), que irá competir na categoria AL2, para amputados de perna. O time contará também com o paratleta Leonardo Vilha (PR), que competirá na categoria AU3, para atletas com comprometimento das mãos, que irá com recursos próprios.

Os três se juntaram em uma campanha virtual de financiamento coletivo, para levantar os valores necessários para custear o restante das despesas da delegação para participar do Campeonato Mundial. Os atletas esperam arrecadar cerca de R$40.000 até o dia 06 de julho. Depois de um hiato de 3 edições, o Brasil voltará a ter representantes no evento, realizado a cada 2 anos. A última vez em que o Brasil teve representantes foi em 2014, com o paratleta Raphael Nishimura, hoje presidente da Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE). 


Marina Dias

Marina Dias é natural da cidade de Taubaté, São Paulo, e tem 39 anos. Professora universitária, foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2009, doença que causou um comprometimento da força e coordenação do lado esquerdo do seu corpo. Em 2018, começou a escalar e encontrou no esporte uma forma de manter um estilo de vida saudável, que tem garantido uma rotina com poucos surtos da doença, juntamente com o tratamento que retomou em 2020, após sua última crise.Foi também em 2020 que Marina participou da sua primeira competição de Paraescalada, no Campeonato Brasileiro da categoria. Desde então tem competido em todas as edições do brasileiro da modalidade. 

Paraescalada


A Paraescalada tem crescido no mundo com o fomento da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC). Inicialmente a IFSC promovia apenas com o Campeonato Mundial a cada 2 anos, mas, desde 2021 a modalidade ganhou um circuito de competições: a Copa do Mundo de Paraescalada. Na Paraescalada os atletas são divididos em classes esportivas de acordo com o tipo de limitação que apresentam. Eles são classificados nestas classes após passarem por avaliação médica. São 4 classes distintas, com subdivisões segundo o grau de severidade das limitações: a classe B é para atletas com limitação visual; a classe AL para atletas com amputação ou limitação severa dos membros inferiores; AU para atletas com amputação ou limitação severa dos membros superiores; e RP para atletas com comprometimento de força ou alcance em quaisquer dos membros.

A IFSC tem trabalhado intensamente para incluir a Paraescalada nos Jogos Paralímpicos de 2028 em Los Angeles. A decisão final do comitê organizador dos jogos será no final de 2023, e deve escolher apenas entre 2 paradesportos: a Paraescalada e o Parasurf. A Paraescalada ainda é uma modalidade em desenvolvimento no Brasil. Mesmo com poucos atletas competindo no país, a ABEE mantém ativo o Campeonato Brasileiro para a categoria desde 2014, onde os atletas competem com isenção de pagamento de filiação e inscrição. Por ainda não fazer parte do programa dos Jogos Paralímpicos, a ABEE não recebe recursos do Comitê Paralímpico Brasileiro para investir exclusivamente na Paraescalada, mas, já tem conversado com a entidade para buscar formas de fomentar a modalidade e financiar os paraescaladores brasileiros.

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